quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Vou me vingar de você? O Gosto Amargo do Perfume da Banda UÓ

Novo clipe do eletrobrega sensação!

Sem se preocupar em ser a salvação da música brasileira, 3 seres de Goiânia vem dando o que falar no submundo pop. Apostando no Tecnobrega, a banda acaba de lançar o segundo clipe do EP "Me Emoldurei de Presente Pra te Ter". A música escolhida para suceder a vingativa Shake de Amor (que esta concorrendo no VMB desse ano)  é "O Gosto Amargo do Perfume" que usa como base Something Good can Work, de Two Door Cinema Club.


Como já era de se esperar o vídeo é bem divertido e ainda tem romance tepegueinoflagramebeijaagoraaovivocomsurradeamor pra finalizar. Se ligaê:




@hickarruda: 
@hickarruda Keep calm and try apparate. Cinéfilo, pottermaníaco, adora Tim Burton, acredita em vida fora da terra e queria ter super poderes além dos que ja tem.


sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Contaminada pelo Samba

Adriana Calcanhotto faz show hoje em Natal e fala ao NOVO JORNAL

Por: Henrique Arruda

Foto: Reprodução/Site oficial
Natal hoje vai ter a oportunidade de se infectar por um micróbio “recém” descoberto. Mas não se assuste, não é nenhum mal capaz de lotar hospitais nem muito menos capaz de lhe deixar de cama, a não ser pelo cansaço de dançar. A partir das 21h no Teatro Riachuelo, Adriana Calcanhotto vai infectar a plateia presente com o seu “Micróbio do Samba”. Se tem remédio, tratamento ou reza para se curar? A responsável pela epidemia não sabe, mas garante que não pensa nisso. “Rezar eu não sei, e na verdade, não estou querendo muito me curar”, diz a cantora na entrevista que aconteceu por e-mail.

Sobre o processo de criação do mais novo show, ela conta que foi “bem diferente” de todos os anteriores. “Não estou podendo tocar violão momentaneamente e achei que seria muito triste não tocar os sambas do ‘Micróbio’ no palco, já que os compus e gravei no instrumento. Mas eu estava enganada, não fiquei triste. Estou adorando fazer esse show, com meu bandaço, interagir com eles, aprender muito, vê-los trabalhando com tanto prazer e alegria. Eles são meus professores”, afirma.

A coleção de sambas de Calcanhotto reúne composições da própria gaúcha e ainda duas regravações, “Beijo sem Fim” e “Vai Saber”. Mas a doença que lhe contagiou só agora já ensaiava os primeiros sintomas há muito tempo, quando ela regravou “Disseram que voltei americanizada” e “Orgulho de um Sambista” no seu primeiro álbum ‘Enguiço’, de 1990. “Nasci com o Micróbio, numa casa muito musical, que era a dos meus pais. Os primeiros sambas que gravei já eram sintoma dessa contaminação”, confirma.

Naquela época, a menina que com pouco mais de 20 anos só “Andava atrás de algo impressionante, que lhe matasse de susto, um impulso, um rompante, que era pra lhe desviar daquele mar de calmante” hoje se diz em busca apenas “De alta poesia”. Segundo a cantora, a teatralidade característica daquele tempo não se perdeu com os anos e se divide entre a Adriana Calcanhotto e a Partimpim. A última surgiu em 2004 quando lançou o álbum de mesmo nome com composições destinadas ao público infantil. “A teatralidade está nas duas, com variações de intenção dependendo do projeto. Cada vez fico mais interessada pelo teatro e seu poder”, diz.

Além de cantora e compositora Adriana é escritora e já tem três livros lançados (O Poeta Aprendiz-2003, Algumas Letras–2003 e Saga Lusa–2008) é ilustradora, é artista plástica, intérprete de poemas... E se em algum momento de sua carreira alguma dessas vertentes pensou em cantar mais alto do que a própria música, ela confessa se sentir, às vezes, dividida entre as artes plásticas e a música. “mas hoje me sinto mais capaz de conciliar as duas vertentes. Ultimamente, como não estou podendo tocar, ando desenhando bastante. Se chegar um momento em que as viagens fiquem muito pesadas, que eu não tenha mais energia para o palco, é possível que me torne uma ilustradora infantil”, propõe.

“O trabalho plástico me relaxa dos sons, desenho ouvindo música às vezes, e é diferente da maneira de ouvir música quando estou fazendo música. É uma experiência amadora, leiga, lúdica”, completa.

Ao contrário de boa parte dos outros compositores nacionais, ela revela não ter nenhum ritual para compor e que essas atitudes “são altamente aprisionantes”, justifica. “Não me deixo criar ‘situações ideais’ para compor. A vida é bem mais complexa do que isso. Se não tenho a situação ideal ou não consigo executar o ritual não componho? Deixo passar uma canção? Isso não é para mim, definitivamente”, afirma.

Em mais de duas décadas de carreira, não se arrepende de ter gravado nenhuma canção. “Talvez gravasse mais assim ou mais assado, mas não me arrependo das coisas feitas. E nunca me deixo arrepender por coisas não feitas; na dúvida, faço”. Já sobre uma composição que lhe toca tanto a ponto de despertar em Calcanhotto a vontade de ter sido a compositora dessa canção, ela destaca aos risos uma de Chico Buarque. “A maioria das canções de outros autores que interpreto contém um pouco esse desejo, de tê-las escrito. Mas "Bye Bye, Brasil", se pudesse ter escrito antes do Chico...”, confessa.

Sobre uma característica marcante da carreira, a inserção de suas músicas em trilhas sonoras de novelas da Globo, ela afirma não se incomodar com a mania que a acompanha desde 1990 quando em “Rainha da Sucata”, de Silvio de Abreu,  “Naquela Estação” entrou para o conjunto de músicas da novela.

“Ao contrário, acho que ajuda a atingir um público maior. Gosto muito das novelas, um fenômeno brasileiro, uma obra interativa, feita pelos profissionais e pelo público, acho lindo. Fico muito feliz quando uma canção minha vai para uma novela. Quando acabo de compor ou gravar uma canção tenho uma sensação boa de saber que ela não é mais minha, é das pessoas, é do mundo. Uma vai para a novela, outra pode ser gravada por um ídolo meu, é incrível”, considera.

Em 2007, ela participou da cerimônia de abertura dos Jogos Pan-americanos cantando Acalanto de Dorival Caymmi. Se aceitaria participar de uma experiência semelhante nas próximas oportunidades, Copa em 2014 e nas Olimpíadas de 2016, ela diz não descartar um possível convite. “Aquela experiência foi linda, mágica. Eu recomendaria um passeio de cadeira gigante num Maracanã lotado, se isso fosse possível, a todo mundo. Adorei ter sido convidada, pude ver como trabalha (e muito!) a Rosa Magalhães, estive com colegas como Arnaldo Antunes e Elza Soares entre outros, rimos muito nos ensaios, foi bem bacana”, recorda. “Aceitaria dependendo do que fosse. No caso da abertura do Pan, o convite foi para cantar "Acalanto" do Dorival Caymmi, como dizer não?”, explica.

Foto: Reprodução/ Site oficial
Sobre a atual cena “popular” da música nacional, no qual calças coloridas fazem sucesso arrebatador e “mulheres frutas” se lançam diariamente como cantoras, ela é enfática. “Original e efervescente como sempre. Agora cheia de instrumentistas mulheres, o que acho maravilhoso. Nos discos das novas cantoras e dos compositores/as ou das novas bandas sempre tem coisas muito legais, acho que vamos muito bem. Sou a favor da diversidade musical e não julgo os trabalhos dos meus colegas, muito menos a partir da cor de suas calças”, conclui.

PING-PONG  

Novo Jornal: A Adriana que vai se apresentar hoje em Natal, cantando o seu samba, esta mais para uma Adriana apenas com samba no pé ou para uma Adriana passista de Escola de Samba?        
Adriana Calcanhotto: Está mais para uma compositora contaminada por um micróbio.

Em algum momento o rótulo de cantora de MPB pesou na hora de compor? Como você lida com isso?        
Não gosto de rótulos, não ligo, portanto eles não me pesam em nada. 

O que Adriana Calcanhotto escuta quando vai procurar música de qualidade para um momento especial?
Depende do momento, pode ser repertório experimental, erudito ou música de preto. 

Poesias, a alegria da infância, o samba. Quais outras combinações podemos esperar na voz de Adriana Calcanhotto em um futuro breve? 
Em um futuro breve, silêncio, que ando sonhando com umas merecidas férias. Mas ando também compondo sem o violão, o que é uma novidade, estou curtindo. Vamos ver o que acontece.

-- Matéria Publicada No NOVO JORNAL, sexta, 2 de setembro de 2011. 
  
@hickarruda: 
@hickarruda Keep calm and try apparate. Cinéfilo, pottermaníaco, adora Tim Burton, acredita em vida fora da terra e queria ter super poderes além dos que ja tem.

 
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